Confesso que as palavras que precedem essa postagem não são consideradas socialmente virtuosas. Se ditas em algumas escolas elas geram multas aos seus locutores. Em outras, mesmo que faladas na hora do recreio, levam à castigos com a palmatória, à alguns açoites nas costas ou, acreditem, ao pior e mais maléfico de todos os castigos, que é escrever tais palavras proibidas cem, duzentas vezes para esquecê-las. Este ultimo nem os "pestinhas" do 4º ano merecem.
Numa moderna escola instalada nos arredores do Bar do Pedagogo os professores resolveram inovar, pois entendem que o castigo físico é um método já ultrapassado. Eles sabem que para uma instituição de ensino ser considerada moderna ela precisa deixar antigos costumes de lado. Foi então que decidiram substituir aquele objeto confeccionado em madeira com uma parte arredondada, incansavelmente utilizado outrora, pelo “pai dos burros que falam palavrão”: o livro de literatura. A nova punição adotada é fazer com que os estudantes que falam @#$%&?! na sala de aula ouçam, sem dó nem piedade, a mais temida e assustadora frase escolar: “Cê tá de castigo. Vá ler um livro”. Alguns alunos preferem ir para a recuperação em matemática à ouv-i-la.
Contudo, os frutos desse belo trabalho logo surgiram. Nos primeiros três meses de utilização o urro “Cê tá de castigo. Vá ler um livro” reduziu em 50% os pronunciamentos chulos na escola e conseguiu afastar, para sempre, cerca de 137 alunos das obras machadianas. E esses números não param de crescer.
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