As crianças não brincam de brincar. Brincam de verdade... Por isso Nunca se deve tirar o brinquedo de uma criança, tenha ela oito ou oitenta anos. Mario Quintana


sexta-feira, 10 de abril de 2015

Olá querid@s leitor@s!

Assim como um bom vinho, o administrador do Bar do Pedagogo precisou curtir por um longo período, mas, ao invés de tonéis de carvalho, foram 2 anos e 2 meses numa adega de maturação intelectual e acadêmica.

Grande abraço e vamos à reinauguração!!! Garçom, por favor...

Desculpa esse mundo, Eduardo. Desculpa esse mundo.

Do escritor Pablo Villaça, no Diário do Centro do Mundo

Eduardo de JesusEduardo tinha dez anos de idade.
Eduardo tinha pais, irmãos e amigos.
Eduardo gostava de correr, de brincar, de ver televisão, de rir de desenho animado e de comer bobagem antes do almoço.
Eduardo queria ser bombeiro quando crescesse.

Mas Eduardo não vai crescer. Ele começou o dia criança e terminou cadáver. Tinha sonhos e agora é carne machucada e sem vida.
Seus verbos agora são no passado.


Sonhou. Riu. Brincou. Viveu.

Eduardo foi executado por um policial militar no Morro do Alemão. Sua morte não foi o principal destaque dos portais e jornais. Quando foi noticiada, ele se transformou apenas em um “menino do Morro do Alemão”, em uma estatística da violência.

Eduardo nasceu sem chances e sem chances morreu.
Talvez Eduardo tivesse medo do escuro. De monstros. De trovão. Talvez.
Por outro lado, provavelmente tinha da polícia. E estava certo em ter.
Se eu fosse pobre e morasse na favela, também teria – porque saberia que, para boa parte da sociedade e dos agentes da lei, eu não seria apenas uma criança; seria um criminoso à espera de meu primeiro crime.

Eduardo teve sua cabeça de criança destruída pela bala de um policial militar.
E nos portais que noticiaram sua morte sem destaque, comentaristas agiram com escárnio e disseram que, se pudessem, ajudariam a polícia militar a matar 50 por dia.
E gritam pela redução da maioridade penal em um país que já condena à morte crianças de dez anos.

Você está morto, Eduardo, e eu preciso ir ali abraçar meus filhos bem apertado enquanto penso na dor da sua mãe cujos braços vão para sempre sentir a falta do calor de seu corpinho de criança.

Desculpa esse mundo, Eduardo. Desculpa esse mundo.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Psiiiiiiiu! é preciso silêncio para ouvir a coleguinha

As vozes das crianças nos ensinam o valor do silêncio.
Gracia plena Giulia Soncini.

 

Pedagogia como forma de vida


Do estágio II
 
Gadotti (2002) afirma que profissão do educador deve abandonar a concepção predominante no século XIX de mera transmissão do saber escolar. O professor não pode ser um mero executor do currículo oficial e a educação já não é mais propriedade da escola, mas de toda a comunidade. A competência do professor não se mede pela sua capacidade de ensinar, mas pelas possibilidades que constrói para que as pessoas possam aprender, conviver e viverem melhor.
O pedagogo não deve ser apenas um executor de tarefas. É necessário que ele pense nos processos educativos como um todo, bem como nas relações existentes entre educação e sociedade.
Ele precisa de uma sólida fundamentação teórica para escolher entre uma atuação que possibilita a manutenção ou a transformação da sociedade. Sua atuação política se pauta em qual sociedade se quer construir e manifesta-se diariamente na reflexão sobre seu trabalho docente e em suas atitudes para garantir um ensino de qualidade para seus alunos.
Visto que é a escola quem oferece o conhecimento formal sistematizado, isso se deve dar de forma intencional. Para tanto, essa intencionalidade exige planejamento, por isso também se faz necessário que o pedagogo participe ativamente da elaboração do Projeto Político Pedagógico, assim como, dos demais instrumentos de planejamento imbricados em sua prática pedagógica: planos de aula, plano de ação da equipe pedagógica. Dessa forma, será possível que o pedagogo domine todo o processo de formação da escola, evitando realizar um trabalho improvisador.
Ter claro seu papel político e pedagógico, refletindo sua função social na escola e sabendo como acontece o aprendizado, torna-se fundamental para a organização do trabalho do pedagogo.
GADOTTI, Moacir. Boniteza de um sonho: ensinar-e-aprender com sentido. São Paulo: Cortez, 2002.


Pedagogia como forma de vida



Do estágio I

            O estágio supervisionado é, antes de tudo, uma atividade curricular do Curso de Pedagogia, um ato educativo assumido intencionalmente pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte, de propiciar uma integração dos estudantes com a realidade do mundo do trabalho. De fato, o estágio supervisionado propicia ao graduando a oportunidade de qualificação prática, pela experiência no exercício profissional, acompanhado e supervisionado profissionalmente.
            A prática tem o objetivo de observar e aplicar os conhecimentos adquiridos nas disciplinas estudadas durante a graduação em Pedagogia, bem como confrontá-los com a prática pedagógica propriamente dita, buscando firmar uma prática significativa. Dentro deste pressuposto, procuramos conviver e observar direcionando a prática pedagógica como uma ação sustentada entre a teoria e a pratica no processo de ensino e de aprendizagem.
            O estágio curricular contribuiu para refletirmos sobre nossa formação, sobre nossas inseguranças e tudo o que aprendemos e que ainda precisamos aprender. Representa muito mais que uma simples oportunidade de prática profissional. Constitui-se, essencialmente, numa oportunidade de integração entre o aluno em formação e o mundo do trabalho, no exercício da troca de experiências, na participação de trabalhos em equipe, no convívio sócio-profissional, no desenvolvimento de habilidades e atitudes, na constituição de novos conhecimentos, no desenvolvimento de valores inerentes à cultura do trabalho, bem como na responsabilidade e capacidade de tomar decisões profissionais, com crescentes graus de autonomia intelectual.
            O estágio curricular representa também a superação de um grande desafio. O formando descobre a importância da sua formação acadêmica. É muito satisfatório chegar ao final do estágio sabendo que avançou enquanto profissional em formação.

Retrovisor


Pelo retrovisor enxergamos tudo ao contrário
Letras, lados, lestes
O relógio de pulso pula de uma mão para outra
E na verdade nada muda
O menino que me pediu R$0,10
É um homem de idade no meu retrovisor
A menina debruçando favores toda suja
É mãe de filhos que não conhece
Vende-os por açúcar, prendas de quermece
A placa do carro da frente
Se inverte quando passo por ele
E nesse tráfego acelero o que posso
Acho que não ultrapasso
E quando o faço nem noto
Outras flores e carros surgem no meu retrovisor
Retrovisor é passado, é de vez em quando do meu lado
Nunca é na frente
É o segundo mais tarde, próximo, seguinte
É o que passou e muitas vezes ninguém viu
Retrovisor nos mostra o que ficou
O que partiu, o que agora só ficou no pensamento
Retrovisor é mesmice em trânsito lento
Retrovisor mostra meus olhos com lembranças mal resolvidas
Mostra as ruas que escolhi
Calçadas e avenidas
Deixa explícito que se for pra frente
Coisas ficarão pra trás
A gente só nunca sabe que coisas são essas

O Teatro Mágico



Extinto de amor



          De acordo com Freud, o extinto do amor para com o objeto, exige dominá-lo para obtê-lo e, se uma pessoa sente que não pode controlar o objeto ou se sente ameaçada por ele, ela age nagativamente para com ele.
          Eu te trato como um lixo, então, devo gostar muito de você.




terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Educação sem preconceito: a família e a homossexualidade


Por Alípio de Sousa Filho

Não há dúvida que o preconceito anti-homossexual é um dos mais fortes na nossa sociedade. E também não há dúvida que a educação familiar é uma das que mais contribui para a produção e a reprodução desse preconceito. Poderíamos dizer que boa parte da educação familiar se orienta no sentido de “evitar a homossexualidade”. Em geral, os pais temem que seus filhos sejam “gays” e suas filhas sejam “lésbicas”, e assim, desde cedo, os pais e demais membros adultos da família, consciente e/ou inconscientemente, adotam estratégias que visam reforçar o padrão sexual instituído e legitimado, a heterossexualidade, espécie de cuidado para evitar a “queda no homossexualismo”: estratégias que vão desde as brincadeiras sobre “namorado(a)s” com crianças com menos de cinco anos a cobranças de “casamentos” para jovens em idade inferior a vinte e cinco anos. Ainda, nas famílias, os adultos são vigilantes quanto a “sinais” que indiquem “homossexualismo” nas crianças. Vigilância que tem tornado crianças e jovens objetos de todo tipo de controle dos adultos, casos até mesmo em que são encaminhados para psicólogos, psiquiatras, etc., com a “esperança” de evitar um “problema” (uma “mancha”, uma “vergonha”) na família.

Essa é a linguagem do preconceito. leia +

domingo, 30 de dezembro de 2012

No final do arco-íris, não se encontra um pote com ouro, mas uma bela caixa com lápis de cor

Se quiser encontrar a caixa com lápis de cor você precisa assistir o vídeo até o final.






Diário da Educação: quando a educação é um mar, alguns homens se alimentam de brisa


Viver à beira do mar...

Estudando diariamente a pedagogia, sinto-me como um garoto passeando nas areias da praia.

Pouco a pouco sendo seduzido pela sincronia diacrônica das ondas.

Quero ir mergulhar, mas meus pais seguram-me pelas mãos e impedem de realizar o puro desejo. Não soltam. Alguns Pais também são correntes.

Devido meu emprego ser o “dono” das minhas horas de vida durante todo o dia, o pouco tempo que disponho para a leitura dos textos trabalhados em aula é a principal dificuldade. Ainda não encontrei uma estratégia que possa superar esse fardo diurno, porém, vou me virando na madrugada e nos finais de semana.

Por motivos pessoais - leiam financeiros - ainda não tive o prazer de dedicar-me ao mergulho no mar da educação. Conhecer a beleza de suas praias, as cores de seus corais, a força de suas correntezas. Sentir o gosto da água salgada.

“Você precisa ganhar um bom salário pra viver” diz o sistema econômico. É como a ordem dos meus pais: nada de mergulho. Agora não!

Como sobreviveria com o salário de um estagiário de pedagogia?

Contudo, mesmo acorrentado, sigo dedicado. Estudo quando e como posso. Esforço-me nas aulas com as poucas forças que me restam após um longo dia de trabalho. Escuto mais do que falo.

Sigo ansioso aqui na beira do mar com os pés molhados. Impotente, mas com potência. Como diz Rubem Alves “ostra feliz não faz pérola”.

 

Nunca subestime um Síndrome de Down


Petisco

É com carinho e sensibilidade que nós, pedagogos, precisamos pensar a educação de nossas crianças. Devemos aprender a educá-las para o mundo, primar por sua autonomia e respeitar seus desejos, suas pulsões e sua liberdade que, por muitas vezes, se confrontará com as nossas ordens (ordens de gente grande).

Ator e pedagogo com síndrome de Down relata rotina de preconceito e superação


Pablo Pineda

Pablo Pineda tornou-se uma celebridade na Espanha. Não só por ser a primeira pessoa com síndrome de Down a obter um diploma universitário na Europa, mas também por atuar como protagonista do filme "Yo, También", de 2009, que narra a história de um agente social que se apaixona por uma colega de trabalho.

Aos 37 anos, Pineda tem licenciatura em Pedagogia e falta pouco para concluir a segunda graduação, também em um curso de magistério. Seu próximo projeto agora? Conseguir uma carteira de motorista.

"Quero tirar o documento porque nunca uma pessoa com síndrome de Down foi vista dirigindo. Seria uma conquista muito importante para nós, além de me dar independência", disse Pineda à BBC Mundo, o serviço da BBC em espanhol.

O ator é um dos rostos mais conhecidos de uma geração de jovens com síndrome de Down que vem rompendo limitações pessoais, profissionais e acadêmicas.

Outro exemplo famoso é o de Karen Gaffney, também formada em pedagogia, que quer se transformar na primeira pessoa com síndrome de Down a cruzar a nado os mais de 14 quilômetros do lago Tahoe, nos Estados Unidos.

Além de Pineda e Gaffney, a japonesa Aya Iwamoto, também com a síndrome, ganhou fama ao conquistar um diploma inédito em literatura inglesa.

Segundo Pineda, não existem pessoas não-capacitadas, mas sim pessoas com "capacidades distintas". Para ele, a sociedade deve evoluir a um estágio de maior pluralidade, em que as pessoas com síndrome de Down não sejam tratadas como crianças e possam desenvolver suas capacidades e independência desde cedo.

BBC Mundo: Como você se sente sendo a primeira pessoa com síndrome de Down a concluir um curso universitário na Europa?

Pablo Pineda: Acho que estou na linha de frente de uma guerra, o que é inconveniente. É preciso lutar, se meter na sociedade quando o mundo do Down normalmente segue outro caminho. Agora, fui inserido no grupo das pessoas consideradas "normais", enquanto os demais têm suas próprias associações, seus pais, seu pequeno mundo. Não é que eu me sinta ilhado, mas é muito difícil lutar em uma sociedade normatizada – ter uma identidade Down quando o mundo Down funciona de forma paralela.



Entrevista completa em BBC Brasil