As crianças não brincam de brincar. Brincam de verdade... Por isso Nunca se deve tirar o brinquedo de uma criança, tenha ela oito ou oitenta anos. Mario Quintana


sábado, 10 de dezembro de 2011

Diário da Educação: 03/12/2011

03/12/2011.

06h00min. A Educação abre os olhos, calça os chinelos e vai lavar-se ao banheiro.

06h30min. Toma café assistindo a reportagem do garoto de 11 anos que atirou na professora e em seguida suicidou-se. Pergunta para si mesma:

            - Será que levantei com o pé esquerdo, hoje?

07hs30min. Está no ponto de ônibus aguardando a condução. Ouve Duas Senhoras conversando sobre um caso de pedofilia acontecido numa escola municipal ali do bairro.

07hs50min. Ela enxerga seu ônibus no horizonte. O Motorista não reduz a velocidade e faz sinais com as mãos tentando explicar que está “lotado” e não pára. Todos na parada resmungam. O Senhor que também esperava a condução xinga o Motorista e o chama de mal educado.

08hs00min. A Educação sobe noutro ônibus com a esperança de que não vai se atrasar para o compromisso diário com a Humanidade.

12hs00min. A Educação vaga pela avenida Rio Branco. Seu estomago começa a reclamar o almoço. Na tentativa de enganá-lo, resolve comprar uma pipoca vendida por um Ambulante Analfabeto que cruza por ali. O Ambulante Analfabeto lhe passa o troco errado. A Educação, muito educada, devolve os centavos a mais. Ele não agradece, pois crê que a culpa foi dela. Ela pensa:

            - Preciso ter mais zelo com os Analfabetos.

16hs10min. A Educação pára numa banca. Compra uma revista que trata sobre escola cuja matéria de capa destaca: Jovem Brasileiro morre baleado dentro da sala de aula enquanto aprendia sobre a paz.

18hs00min. Está sentada na condução de volta ao seu lar.

18hs15min. Muito educada, cede seu lugar a uma Gestante, que imediatamente aceita, mas não lhe agradece a gentileza. Em mais um monólogo mental a Educação reflete:

            - Que a Criança que esta Gestante carrega ouça palavras de agradecimentos em sua educação.

18hs35min. Um Garoto entra no ônibus e grita:

            - Eu pudia tá robano por aê, mas invés disso tô aqui vendeno cocada. É só um real. Compre pá eu puder ajudar minha Mãe que tem sete Filhos pra criar. Olha a cocada. Cocada feita com muito carinho pra vocês. É só um real.

19hs30min. A Educação chega em casa. Deita-se no sofá da sala. Começa a pensar nos problemas que a Humanidade lhe comprovara a existência e adormece. Estava exausta.

2 comentários:

  1. È de tirar o fôlego!
    Pensei e me angustiei ao ouvir esta notícia também...
    Sua reflexão é muito precisa.
    Parabéns por abrir a sportas de seu bar educativo.Ideia perspicaz!
    venha conhecer o Linguagem
    Vou divulgar seu boteco,ic!..com alegria

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  2. Incansável coração! Quando o corpo repousa, segue a mente.

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