Se quiser encontrar a caixa com lápis de cor você precisa assistir o vídeo até o final.
As crianças não brincam de brincar. Brincam de verdade... Por isso Nunca se deve tirar o brinquedo de uma criança, tenha ela oito ou oitenta anos. Mario Quintana
domingo, 30 de dezembro de 2012
Diário da Educação: quando a educação é um mar, alguns homens se alimentam de brisa
Estudando diariamente a pedagogia, sinto-me como um garoto passeando nas areias da praia.
Pouco a pouco sendo seduzido pela sincronia diacrônica das ondas.
Quero ir mergulhar, mas meus pais seguram-me pelas mãos e impedem de realizar o puro desejo. Não soltam. Alguns Pais também são correntes.
Devido meu emprego ser o “dono” das minhas horas de vida durante todo o dia, o pouco tempo que disponho para a leitura dos textos trabalhados em aula é a principal dificuldade. Ainda não encontrei uma estratégia que possa superar esse fardo diurno, porém, vou me virando na madrugada e nos finais de semana.
Por motivos pessoais - leiam financeiros - ainda não tive o prazer de dedicar-me ao mergulho no mar da educação. Conhecer a beleza de suas praias, as cores de seus corais, a força de suas correntezas. Sentir o gosto da água salgada.
“Você precisa ganhar um bom salário pra viver” diz o sistema econômico. É como a ordem dos meus pais: nada de mergulho. Agora não!
Como sobreviveria com o salário de um estagiário de pedagogia?
Contudo, mesmo acorrentado, sigo dedicado. Estudo quando e como posso. Esforço-me nas aulas com as poucas forças que me restam após um longo dia de trabalho. Escuto mais do que falo.
Sigo ansioso aqui na beira do mar com os pés molhados. Impotente, mas com potência. Como diz Rubem Alves “ostra feliz não faz pérola”.
Petisco
É com carinho e sensibilidade que nós, pedagogos, precisamos pensar a educação de nossas crianças. Devemos aprender a educá-las para o mundo, primar por sua autonomia e respeitar seus desejos, suas pulsões e sua liberdade que, por muitas vezes, se confrontará com as nossas ordens (ordens de gente grande).
Ator e pedagogo com síndrome de Down relata rotina de preconceito e superação
Pablo Pineda tornou-se uma celebridade na
Espanha. Não só por ser a primeira pessoa com síndrome de Down a obter um
diploma universitário na Europa, mas também por atuar como protagonista do
filme "Yo, También", de 2009, que narra a história de um agente
social que se apaixona por uma colega de trabalho.
Aos 37 anos, Pineda tem licenciatura em Pedagogia
e falta pouco para concluir a segunda graduação, também em um curso de
magistério. Seu próximo projeto agora? Conseguir uma carteira de motorista.
"Quero tirar o documento porque nunca uma
pessoa com síndrome de Down foi vista dirigindo. Seria uma conquista muito
importante para nós, além de me dar independência", disse Pineda à BBC
Mundo, o serviço da BBC em espanhol.
O ator é um dos rostos mais conhecidos de uma
geração de jovens com síndrome de Down que vem rompendo limitações pessoais,
profissionais e acadêmicas.
Outro exemplo famoso é o de Karen Gaffney, também
formada em pedagogia, que quer se transformar na primeira pessoa com síndrome
de Down a cruzar a nado os mais de 14 quilômetros do lago Tahoe, nos Estados
Unidos.
Além de Pineda e Gaffney, a japonesa Aya Iwamoto,
também com a síndrome, ganhou fama ao conquistar um diploma inédito em
literatura inglesa.
Segundo Pineda, não existem pessoas
não-capacitadas, mas sim pessoas com "capacidades distintas". Para
ele, a sociedade deve evoluir a um estágio de maior pluralidade, em que as
pessoas com síndrome de Down não sejam tratadas como crianças e possam
desenvolver suas capacidades e independência desde cedo.
BBC Mundo: Como você se sente sendo a
primeira pessoa com síndrome de Down a concluir um curso universitário na
Europa?
Pablo Pineda: Acho que estou na
linha de frente de uma guerra, o que é inconveniente. É preciso lutar, se meter
na sociedade quando o mundo do Down normalmente segue outro caminho. Agora, fui
inserido no grupo das pessoas consideradas "normais", enquanto os
demais têm suas próprias associações, seus pais, seu pequeno mundo. Não é que
eu me sinta ilhado, mas é muito difícil lutar em uma sociedade normatizada –
ter uma identidade Down quando o mundo Down funciona de forma paralela.
Entrevista completa em BBC Brasil
terça-feira, 30 de outubro de 2012
Por uma educação sem Medo e Autoritarismo
As
crianças não são mais como as de antigamente: não são melhores nem piores,
somente diferentes.
Muitos pensam, falam ou ouvem frases do tipo “As crianças
de hoje não são as mesmas de antigamente”, “Já não fazem crianças como
antigamente”.
Boa parte dos adultos concorda que tiveram uma educação
melhor, pois em sua época os pais eram mais autoritários, mais rígidos e por
isso havia mais limites. Vários defendem que os castigos, tapas e beliscões que
sofreram na infância foram fundamentais para se tornarem os adultos que são
hoje. “A palmatória foi crucial para eu ser o homem que sou!” alguém me disse.
Discordo desse pensamento.
Tais indivíduos foram crianças que cresceram educadas às
antigas normas, aos antigos padrões e tornaram-se os adultos de hoje.
Em minha opinião, considerando o que o mundo é
atualmente, com toda a miséria, com todos os conflitos, agressões e assim por
diante, o homem ainda é o mesmo de antes: bruto, violento, agressivo,
acumulador e competitivo. E ele construiu uma sociedade baseada nestes termos.
Vemos que nem todas as crianças possuem uma boa educação, uma boa
alimentação, cuidados adequados para o seu desenvolvimento. Saímos a rua e nos
deparamos com cenas deploráveis de crianças com frio, fome, simplesmente
jogadas ao relento.
Ou seja,
as crianças de antigamente – hoje todas adultas – não conseguiram construir um
mundo melhor.
Então eu
grito: Que bom que as crianças de hoje não são as mesmas de antigamente!
Hoje as crianças estão submetidas a
mais estímulos que antes, e o meio é menos restritivo à participação delas.
O que nós adultos temos que fazer, tanto dentro de casa
quanto nas escolas, é substituir o primitivo Medo/Autoritarismo pelo Respeito/Autoridade.
Noto que um dos problemas principais em lidar com essas
crianças é querer enquadrá-las em esquemas pré-estabelecidos.
Queremos um mundo melhor, mas não estamos dispostos a
educar nossos filhos sem enquadrá-los no que já existe (ou existiu?).
Temos que ter consciência do potencial de cada um deles.
Temos que ter consciência do potencial de cada um deles.
Temos que nos abrir para o novo, pois a missão deles é
nos mostrar que um mundo melhor com respeito e harmonia é possível!
sexta-feira, 31 de agosto de 2012
Felicidade?
Respondeu o mais tolo: "Felicidade não existe."
O intelectual: "Não no sentido lato."
O empresário: "Desde que haja lucro."
O operário: "Sem emprego, nem pensar!"
O cientista: "Ainda será descoberta."
O místico: "Está escrito nas estrelas."
O político: "Poder"
A igreja: "Sem tristeza? Impossível.... (Amém)"
O intelectual: "Não no sentido lato."
O empresário: "Desde que haja lucro."
O operário: "Sem emprego, nem pensar!"
O cientista: "Ainda será descoberta."
O místico: "Está escrito nas estrelas."
O político: "Poder"
A igreja: "Sem tristeza? Impossível.... (Amém)"
O educador riu de todos e, por alguns minutos, foi feliz!
Somnus: como está seu sono?
O Sono
O sono que desce sobre mim,
O sono mental que desce fisicamente sobre mim,
O sono universal que desce individualmente sobre mim
Esse sono
Parecerá aos outros o sono de dormir,
O sono da vontade de dormir,
O sono de ser sono.
Mas é mais, mais de dentro, mais de cima:
É o sono da soma de todas as desilusões,
É o sono da síntese de todas as desesperanças,
É o sono de haver mundo comigo lá dentro
Sem que eu houvesse contribuído em nada para isso.
O sono que desce sobre mim
É contudo como todos os sonos.
O cansaço tem ao menos brandura,
O abatimento tem ao menos sossego,
A rendição é ao menos o fim do esforço,
O fim é ao menos o já não haver que esperar.
Há um som de abrir uma janela,
Viro indiferente a cabeça para a esquerda
Por sobre o ombro que a sente,
Olho pela janela entreaberta:
A rapariga do segundo andar de defronte
Debruça-se com os olhos azuis à procura de alguém.
De quem?,
Pergunta a minha indiferença.
E tudo isso é sono.
Meu Deus, tanto sono!...
Álvaro de Campos, in "Poemas"
Poema de um desesperado
Quero dormir
Não quero pensar
Que existe crianças
Morrendo de fome
Idosos vivendo nas ruas
Doentes morrendo de câncer
Não quero saber de nada
Só quero dormir
Dane-se as guerras
Os mutilados
Dane-se os bolsões de miséria
Dane-se os hospitais públicos
Dane-se o SUS
A Educação falida
Dane-se a Amazônia
O Pantanal
O Meio Ambiente
Só quero dormir
Maldito são os políticos
Os religiosos
Ladrões de almas inocentes
Dane-se os idiotas
Só quero dormir
Esquecer que tudo isto existe
Que a Terra não é Terra
Que o inferno é aqui
Só quero dormir
Danem-se todos
Mas na verdade
O que eu queria mesmo
Que este Planeta
Fosse de paz e de amor
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